terça-feira, 9 de abril de 2013

BEETHOVEN PODE NÃO SER NINGUÉM




A sexta sinfonia de Beethoven é obra de gênio da música. Minutos de êxtase! A gente vai em um segundo à casa do pai e da mulher amada. Revive os sonhos de ser completo. Campeia as imensidões e nunca se esquece de ser livre. O tema desse texto, todavia, não versa sobre o ilustre compositor alemão. O título que pensei para este texto foi "Impressões idiossincráticas", porque é disso que vou falar. Todavia, resolvi utilizar esse outro para ser mais cotidiano. Entenda-se, neste contexto, idiossincrasia como uma maneira estritamente particular de perceber a vida. Um modo singular de reação aos estímulos. Só a ênfase neste fenômeno psíquico pode explicar o comportamento desinteressado de uns diante de algo que para muitos é fascinante. O povo não se importa com a beleza das coisas porque não a percebe. Para um sertanejo rude o gênio Beethoven não é ninguém. Não adianta pensar que as pessoas apenas precisam de oportunidade. O incompetente sistema educacional do Brasil devia observar isso. Com o formidável palco de coisas negativas que temos no ambiente social só um milagre faz um jovem não se desviar do caminho e perder o rumo. Cada um, porém, reage de uma maneira específica aos estímulos da vida. Os behavioristas acreditam que, em um ambiente adequado, não importa a questão do talento. É uma questão de treino, de dedicação. Deus queira que seja verdade isso. Caso contrário é fácil perder a esperança. Depois de um tempo é só o homem e sua idiossincrasia. Mesmo que a gente se importe, perca o sono, diga o quanto a coisa é interessante e crucial para a vida. O homem já corrompido pela ignorância trocaria "A Guernica" de Picasso por uma dose de pinga. O que é verdadeiro para arte também se aplica ao conhecimento em geral. Desse modo, a saída é se antecipar aos estímulos destrutivos do teatro social e apresentar o mundo instigante do conhecimento para as pessoas ainda no início da vida. Portanto, não é uma questão de determinismo, mas as pessoas devem ter base para fazer escolhas. E saber que Beethoven foi um gênio. Era isso que hoje tinha a dizer.                         


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