segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

A ESTRADA E O VENTO



Todo mundo gosta de dizer, eu inclusive, que estudar é importante. Às vezes não admito, para não ser mal interpretado, é que eu próprio não gosto de estudar em escola. Nunca gostei. Ser um estudioso de colégio é estar disposto a perder tempo com uma série de bobagem, que os ditos sabidos sempre nos impõem nesta vida. Até os mais tolos um dia vão perceber que foram enganados na escola e que os mestres da vida podem ser mesmo a estrada e o vento como disse o músico Elomar. Passei 24 anos de meus dias, em sala de aula, como estudante. Estou hoje convencido de que teria aprendido mais se estivesse ficado metade desse tempo pescando no Riacho do Mucambo e a outra metade observando como as pessoas procedem em face de seus semelhantes. Mas tive, como ainda tenho, de tolerar muita coisa para garantir meu sustento. E é nesse sentido que digo que estudar é importante. Devo, no entanto, reiterar que a vida é mais do que um presunçoso paradigma oficial. Na arte de aprender não se deve deixar tolher pelas escolhas alheias. Cada um procure sua alma e faça suas escolhas, que sempre são certas. Aqui ainda poderia maldizer o governo por uma série de coisas erradas que pratica e por absurdas nomenclaturas da burocracia oficial que se vê, mas não escrevo para isso. Quero consignar umas coisas de outras bandas. Agora sim, entrei na estrada, subi em meu cavalo Paturi, no lugarejo Nova Vida onde nasci. Andei léguas no lombo de meu bom companheiro Paturi. Até que cheguei ao topo da Montanha da dúvida. Foi quando vi um homenzinho  solitário em uma modesta cabana. Tive ímpeto de fazer logo mil perguntas, mas me contive diante de tamanha perplexidade. Ele foi logo me dizendo: "Já estive no lugar de onde você veio. Às vezes, pensa-se mesmo em desistir. A gente planta, cuida e nunca colhe os frutos. Tem sempre alguém ávido por poder e glória a nos combater. Todavia só vão lhe vencer se você parar de lutar. Quem luta sempre nunca perde no combate da vida". Eu queria saber mais sobre aquele homem que via tão alto. Mas me lembrei de que diante de um grande mistério não se deve perguntar nada. Retornei logo. E quando cheguei em casa já era noite. Vi que o mundo hoje está menor. Assisti a uma aula de Ariano Suassuna, vi João Cláudio falando de Luiz Gonzaga no Senado Federal. Ainda curti um belo show de Maria Bethânia e fui dormir decidido a continuar na luta, para nunca perder, conforme ensinou aquele senhor na Montanha.                                 

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